CROOCKED, IMPOSSIBLE, 360 FLIP, IMPOSSIBLE LATE FLIP

CRÓNICA DE UMA LIÇÃO PENICHEIRA ANUNCIADA, A PROPÓSITO DA VISITA DE ESTUDO À FEIRA INTERNACIONAL DE TURISMO (FITUR) 24- MADRID

Pois foi assim mesmo! No dia 26 de Janeiro, pelas 00.45 h, rumámos a Madrid (2ºTAR, 3ºAS/IAT, num total de 28 passageiros), para participar numa das feiras de turismo mais emblemáticas à escala global. Os mais felizardos conseguiram, durante a viagem, dormir alguns preciosos minutos, mas a maioria apenas “passou pelas brasas”…ou nem isso!

Após 9 longas horas, chegámos enfim ao destino primeiro, com paragem e visita ao Templo de Debod, um dos poucos templos egípcios reconstruídos na Europa, com mais de 2.000 anos de história. Acalmar as fomes foi também necessário, claro, ou não fossem os borborigmos emitidos mais audíveis que a buzina do Cabo Carvoeiro em dias de nevoeiro…

Dos confins do porta-bagagens do autocarro, emergiram, então, o franguinho de fricassé, os carapaus alimados, as petinguinhas fritas com arroz de tomate que o prof Nuno Cativo fez questão de nos presentear, o alfaquique com açorda de ovas e outros pitéus imaginários, já que, na realidade, foram sim despachadas, em grande velocidade, sandes, sumos empacotados, batatas fritas e demais aceleradores do colesterol.

Seguiu-se, neste 1º dia em terras madrilenas, uma visita de reconhecimento pelos locais mais emblemáticos da capital espanhola, conhecida pela espetacularidade do seu património: Plaza de España, para observar o conjunto escultórico em honra a Miguel de Cervantes, com representação de D. Quixote e Sancho Pança; entrada e visita ao Palácio Real de Madrid, residência oficial do Rei de Espanha e ainda atualmente o maior palácio real da Europa. Pudemos, assim, apreciar o fausto da Casa Real, a decoração e pinturas de tetos e paredes, as escadarias de mármore, encimadas por leões em tamanho real, que nos fizeram sentir saudades de Portugal (a alguns, pelo menos!) …

A pausa para almoçar tornou-se urgente, nomeadamente para saborear a comidinha caseira (a tal, especial em sonhos), trazida da terra mais bonita de Portugal. À tarde, foi a altura de visitarmos a catedral de Almudena, que começou a ser erigida no final do século XIX (1883), sobre a antiga igreja de Santa María la Mayor. Este conjunto integra a belíssima, esplendorosa, Capela do Santíssimo, construída no final do século XX e com uma decoração interior de uma beleza indescritível.

 

catedral

 

Aproximava-se o tempo do passeio pela Madrid histórica: Calle Mayor, Mercado San Miguel, Plaza Mayor, Puerta del Sol – os rituais foram todos cumpridos com rigor…turístico!

Mas o momento mais aguardado do dia era, sem dúvida, a visita ao Museo Reina Sofia, para admirarmos a obra maior de Pablo Picasso – “Guernica” e, simultaneamente, tomarmos (ainda mais ) consciência dos horrores da guerra, que parecia já tão longínqua, mas que, afinal, não cessa de nos bater à porta!

O ingresso no hotel foi um autêntico maná dos céus, para todos aqueles pezinhos massacrados – 19786 passos, contados pelo “Passómetro” de um dos professores!

Mas afinal, qual a razão de ser daquele título, perguntarão, aos seus botões, os leitores mais atentos!? Calma! Já lá iremos…

O 2º dia foi destinado à visita de trabalho à FITUR: aos diversos grupos de alunos foi atribuído um Guião, que os obrigou a pesquisar in loco a obtenção das respostas às questões propostas e, simultaneamente, percorrer todo o gigantesco espaço, com demonstração fotográfica e documental que evidenciassem a passagem pelos locais escolhidos para cada grupo, bem como as diferentes formas de animação turística e socioctultural testemunhadas. Apesar de ser sábado, os trabalhos decorreram das 10h às 18h e irão ser objeto de avaliação.

O autocarro transportou-nos novamente até ao centro de Madrid, onde fomos surpreendidos por um grande aparato policial: ruas cortadas ao trânsito, polícia armada até aos dentes e helicópteros a sobrevoar a zona – na Gran Via estava em marcha uma manifestação, ordeira - diga-se de passagem - de apoio à causa palestiniana. Junto ao restaurante, onde iríamos degustar uma refeição digna desse nome, numa praça adjunta, diversos jovens espanhóis treinavam a “arte de praticar skate em toda a sela”. O Grande Mestre Internacional Alexandre Louzeiro, coadjuvado pelo Mestre João Ablum, sentiram morder o bichinho da arte e, eivados de esplendor patriótico, pediram emprestados os skates, de nuestros hermanos, demonstrando ali, em pleno coração de Madrid, as manobras que intitulam este texto, arrancando fortes aplausos aos seus parceiros espanhóis, embora alguns de queixo caído, dada a versatilidade demonstrada pelos nossos artistas! ( Ver para crer: vídeo demonstrativo) .  O jantar que se seguiu soube ainda melhor!...

O 3ºdia de regresso, domingo, começou com o pequeno-almoço no hotel, abundante q.b., seguido do check-out e do adeus final. Fomos agradavelmente surpreendidos pelos elogios, tecidos pela rececionista, ao comportamento dos nossos alunos no espaço hoteleiro. Aleluia!

Ainda houve tempo para visitar a Praça Cibeles, uma das mais animadas, conhecidas e bonitas de Madrid: nela situam-se monumentos emblemáticos como a Fonte e o Palácio de Cibeles – englobando este o espaço cultural CentroCentro e a Galeria de Cristal de acesso livre, que possui uma impressionante abóbada envidraçada, permitindo disfrutar de uma vista panorâmica privilegiada sobre Madrid. Ocupando o centro da praça está a Fonte de Cibeles, um dos símbolos mais icónicos de Madrid. Como curiosidade, os adeptos do Real Madrid comemoram as suas vitórias concentrando-se em redor deste monumento. Outros famosos edifícios como o do Banco da Espanha, o Palácio de Linares e o Palácio de Buenavista também estão situados nesta praça, onde começa o conhecido Paseo del Prado.

Na proximidade desta praça fica a entrada principal do Parque del Retiro: Com 125 hectares e mais de 15.000 árvores, o Parque é um refúgio verde no centro de Madrid. Desde 25 de julho de 2021 é reconhecido, juntamente com o Paseo del Prado, como Património Mundial da UNESCO. Pudemos assim disfrutar um pouco deste pulmão madrileno, tendo alguns aproveitado a circunstância para alugar um barco e (tentar) remar nas águas da Lagoa Grande; outros apreciaram os espetáculos musicais de rua que proliferam um pouco por toda a parte.

Antes do embarque para a viagem de regresso e do adeus definitivo (pelo menos por agora!), pretendíamos ainda visitar a Estação Ferroviária de Atocha, mas obras de recuperação do espaço envolvente impediram-nos de admirar o seu interior e prestar homenagem às vítimas do atentado bombista, que assassinou cerca de 200 passageiros, para além de ter provocado centenas de feridos. A irracionalidade deste e doutros atos terroristas ficaram bem vivos na nossa memória e a lembrança das “trovas que passam” atualmente pelo mundo vieram ao nosso encontro.

O regresso processou-se de forma menos penosa, própria de uma viagem longa, propiciadora da reflexão experienciada e do sentimento de enriquecimento cultural. Paralelamente, o nosso objetivo foi plenamente atingido ao  complementar  aprendizagens formais com realizações profissionais potenciadoras do perfil de desempenho dos diferentes cursos envolvidos, tendo esta constatação ficado patenteada na opinião de todos os participantes.

António Cação

 

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